segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Notas do derby minhoto: Rafa vs. Montoya




Cheguei há momentos do D. Afonso Henriques. Perdi a conta aos derbies minhotos que fiz, mas foram muitos em 20 anos de carreira. Venceu o Braga na estreia de Sérgio Conceição no comando técnico do Vitória. Merecido? Na crónica que escrevi para A Bola comecei por aqui: a questão de ter sido, ou não, um triunfo feliz. Achei mais importante perguntar se o Braga procurou ser feliz.

E sim, acho que procurou, tal como o Vitória procurou sê-lo, com uma diferença: na hora da verdade a arte de Rafa decidiu o jogo, enquanto a arte de Montoya morreu nas luvas de Kritciuk e no ferro da baliza do russo.

Não foi um jogo monumental mas gostei das duas equipas. O Vitória naturalmente com mais nervo, a rasgar com o registo sonâmbulo da era Evangelista. O Braga pragmático e, sobretudo, fiel à sua organização e esse é um ponto importante. Um conjunto que num derby vê metade da defesa dizimada por lesões - André Pinto e Baiano, ambos titularíssimos - e consegue manter o equilíbrio com a adaptação de um avançado a lateral-direito, então está seguramente no caminho certo em termos de metodologia e rotinas de treino.

O Vitória vai sair rapidamente do lugar onde está. Sérgio Conceição tem o que é preciso, como treinador, para atingir o que quer. Hoje animou a equipa mas não teve tempo para a adaptar à sua filosofia táctica. Os jogadores terão de dar o litro, isso é certo, o resto virá com o tempo. Duas notas: Montoya foi bem encaixado na estratégia. Já era tempo de Dalbert, um dos melhores laterais da Liga2 na época passada, saltar para a equipa A. O erro crasso de Evangelista foi não o ter feito...



Lamentáveis os apedrejamentos a quatro autocarros com adeptos do Braga. Passei por dois deles na A11 e fui relatando o que via na Bola online. É fácil culpar um dos lados, mas não acho que este imbecis tenham amor ou sequer paixão pelo Vitória. Nem tão-pouco os verdadeiros adeptos do Vitória se revêem nestes actos bárbaros, que resultaram num ferido que foi assistido no hospital de Braga. A PSP e GNR fazem o que podem mas não estão em todo o lado. A solução passa pela subtração destes elementos dos estádios e os clubes têm de ter a coragem de actuar. Até porque muitos destes meliantes estão mais que identificados.

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