domingo, 23 de janeiro de 2011

Chegou a hora



Acho que não exagero se disser que aquele grande golo de Guilherme aqueceu um pouco o coração dos adeptos do Braga, ontem, na fria tarde do Axa. Foi um golo que atenuou a decepção que a plateia minhota sentiu pelo empate (o 1.º em casa na Liga Zon Sagres) do Braga frente a um V. Setúbal de máxima eficácia. A forma determinada como a equipa de Domingos respondeu aos dois golos de desvantagem com que desceu ao intervalo também teve um efeito tranquilizador nas massas. Mas o miúdo - já o discutimos aqui - tem um tremendo talento. Dois minutos depois de ser lançado a jogo, a lateral-direito, ganhou uma bola e acreditou na potência do seu pé esquerdo. A bola entrou na gaveta.

É tempo de deixar a flor desabrochar, de a deixar respirar ao sol. Guilherme pode ser muita coisa em campo (amanhã sai um raios-x na Bola sobre esta temática), mas continuo na minha: aquele rapaz pode dar um médio de calibre mundial. Médio, convém insistir. A 10, a 6, no lugar 8, a médio esquerdo, se quiserem, mas sempre na zona das batidas. Ele tem um coração enorme.

16 comentários:

Pedro Ribeiro disse...

É um miúdo com um talento e um coração muito grandes! Mas, como diz, é um médio. E é triste que as oportunidades que teve tenham sido simplesmente para tapar buracos, face à ausência de quaisquer alternativas no plantel para algumas posições. Ainda ontem, só a lesão de Miguel Garcia abriu caminho para a sua utilização.. como lateral direito!

De resto, as palavras de Domingos no final do jogo, não auguram grandes mudanças em relação à utilização do miúdo a breve trecho:

"É um jovem com muito valor e vai certamente ter um bom futuro. Tem carácter mas deve ter um crescimento progressivo. Não vou atirá-lo às feras. Tem trabalhado bem e tem merecido as oportunidades e se continuar a trabalhar desta forma vai ter certamente mais oportunidades."

Não exijo a titularidade, como é óbvio. Mas já se exige que ele seja considerado uma opção credível no plantel. Mas se numa partida como a de ontem, em que não havia, pelo menos de início(por opção legítima), Mossoró, o miúdo não tem a oportunidade de jogar...

De resto, o golo do miúdo foi o melhor da tarde de ontem. Qualquer adepto fica feliz quando vê um miúdo, vindo das escolas, a mostrar talento e potencial para ser primeira figura da equipa principal. Isso percebeu-se pelos festejos do seu golo...

Valha a verdade que o Braga, a perder por dois golos (e com mais uma oferta inconcebível), conseguiu uma reacção muito boa no segundo tempo. Foi pena termos dado o estoiro nos últimos dez minutos porque, a mantermos o ritmo, teríamos dado a volta ao marcador por completo.

Pascoal Sousa disse...

Olá, Pedro. Se estou a ver bem o filme, parece-me que o lugar «natural» do miúdo seria aquele que é actualmente preenchido pelo Hugo Viana no onze. Numa coisa tem razão: o Guilherme já tem o que é necessário para estar no quadro de alternativas para o meio-campo. Abraço

Miguel Nunes disse...

n é portugues, pois nao?

Carlos Alexandre disse...

pela ainda fragilidade física que apresenta penso que o gulherme pode e deve ser alternativa regular para o lado esquerdo do meio campo, lutando com paulo cesar e h.barbosa pelo lugar. para o meio ainda não o vejo fisicamente capaz de puder agarrar o lugar. agora que o miúdo sabe tudo de futebol isso que ninguém tenha duvidas, foi o golo, foi a defender correctamente um lance de contra-ataque dando a linha em vez do meio a pitbull, foi a procurar o meio, a cruzar impecável..que futuro craque mesmo!!
que tenha oportunidades!!

p.s- por alguma coisa o jesus o queria levar com ele para a luz quando para lá foi!!!

p.s2 - novidades do central para fechar a equipa há?

cumprimentos

Pedro Ribeiro disse...

Sim, também me parece que o Guilhermeestará mais talhado para ser um médio de transição, um número 8. Mas creio que, nas actuais crircunstâncias, também pode ser alternativa a Mossoró. Sem o brasileiro, qualquer outra alternativa é demasiado diferente: Salino não é claramente um número 10 (era "gato no papel de cão" quando baseávamos o nosso futebol em transições); Hélder Barbosa é um avançado que não me parece ser capaz de fazer a ligação meio-campo ataque (é sobretudo um apoio ao ponta-de-lança). Creio que Guilherme, pode ser um melhor substituto de Mossoró (no sentido de mais próximo, implicando mesnos alterações na forma de jogar da equipa).

Mas isto só jogando se pode confirmar. Creio que, em Arouca, Domingos tem uma boa oportunidade para fazer algumas experiências e integrar os novos reforços (a propósito, por onde anda Vinicius?).

Pascoal Sousa disse...

Não,PB: o rapaz é brasileiro, do Interior do Rio de Janeiro. Pode vir a ser português um dia, sabe-se lá... Carlos Alexandre: nada de novo sobre o central, por agora. Acredite que o Guilhemer já tem maturidade suficiente para jogarno miolo. Não digo a titular, mas como suplente utilizado dá mais do que a lateral. Além do mais é dos jogadores do actual plantel que mais e melhor remata - superior a ele só o Lima. Abraço

Pascoal Sousa disse...

Supostamente, Vinícius ainda cumpre um trabalho específico de integração no plantel. Reforço físico e muscular, adaptação a novas concepções tácticas. É o que nos dizem...

Miguel Nunes disse...

pois. ha poucos talentos portugueses...

Costa disse...

Diria mais Bigsousa: foi mesmo a ÚNICA coisa que me aqueceu o coração na tarde de ontem. Isso e a atitude do Hélder Barbosa em campo.

No entanto, e como o Pedro disse, as palavras do Domingos no fim do jogo depressa fazem com que a ilusão desvaneça. Não conta, e ponto final.

Se o correr atrás de resultado com algum querer me aquecesse o coração, este ano já o teria derretido...
Lima?? Mossoró??? Inexplicável, no minimo.

Enfim, que mais Guilhermes apareçam. E que o Braga deixe de ser o que se está a tornar: um barco à deriva, sem comandante... posso estar a ser um pouco duro, mas é assim que o vejo este ano...

Pascoal Sousa disse...

Sim, é justo destacar a exibição do Hélder Barbosa. Um desempenho elevado do princípio ao fim - e por isso não hesitei em elegê-lo o melhor em campo.

PB: a verdade é esta: os miúdos brasileiros tem um nível técnico superior ao nosso. E têm também mais maturidade, mais capacidade de sofrimento, mas adaptabilidade. Os portugueses que vingam nessas idades têm de ter esses atributos, como o Cristiano, que veio de baixo, ou o Nani. Outro aspecto que noto em muitos jovens portugueses: a cabecinha começa a fazer curto-circuito aos 19/20 anos. Egos inchados que precisavam de um bom conselheiro por perto. Mas há muitos talentos portugueses a despontar, também no Braga. O Aníbal, que está no plantel principal, é um bom central e muito atinadinho da cabeça.No Vizela há um médio muito promissor do Braga, chamado Nuno Valente. É médio e faz jus ao apelido. Abraço

Fora-de-jogo disse...

Boas!
Gostava de fazer uma troca de links com o vosso excelente blog.
Já adicionámos o teu.

Anónimo disse...

Recordo-me da chegada do Gui a Braga. Eu estava perto da equipa júnior e lidava de perto com o pai, que tinha vindo com ele. É muito bom jogador e muito bom miúdo, o pai tinha um orgulho enorme no filho. Dessa equipa, de bom nível havia o Aníbal e o Nuno, como bem referiu, o Gui, o Wanderson, o Toumany, o Dani e pouco mais. Os restantes eram, na maioria, putos mimados com manias de estrela, em quem (infelizmente) ninguém metia mão. A escassez de produtividade dessa fornada deve-se muito a isso. Faltava liderança.

Costa disse...

E centrais?? Nada?? Nem uma pontinha do véu levantada??

;)

Pascoal Sousa disse...

Olá, Costa. Sabe Deus o jeito que me dava que houvesse já central. Mas não. Que eu saiba, claro. Mas suspeito que até ao final desta semana haja fumo branco.Se calhar antes do fim-de-semana.

Hugo disse...

Boa Noite,


Esta época fez-me bastante confusão, adensada com a incapacidade do Braga em atacar alvos definidos neste período de transferências. Algo aqui não bate certo, seja a nível futebolístico seja a nível de gestão! A falta de transparência, a falta de informação, o agradecer às alminhas pelo Salvador por obter o empréstimo do Ukra, a carrada de jogadores a vir e a ir...

Nos últimos dias lancei-me numa pequena investigação, tendo, obviamente, batido em muitas paredes mas, ao mesmo tempo, vieram à tona algumas coisas, no mínimo, estranhas.

Caro Bigsousa:

- O que sabe sobre um fundo de activos constituído por jogadores do Braga?

- Quem são esses jogadores?

- Quem beneficia realmente com as suas transferências?

- Terá Felipe recebido um prémio "especial" de 250 mil euros pela participação na champions?

- O "balneário" não deve ter achado muita piada, certo?

Nunca apoiei o diz que disse, por isso pus eu a mão na massa...porque o Braga é mais do que um clube e porque a sombra do boavista paira demasiado perto de nós!


Acho que este Braga tem muito mais que se lhe diga...do que o que se vai dizendo!

Abraço

P.S. - Parabéns ao Moisés pelo seu novíssimo BMW X5! ;)

Pascoal Sousa disse...

Olá, Hugo. Do fundo já tinha ouvido qualquer coisa, sim. Não é nada que os clubes portugueses não estejam habituados a fazer. Uma percentagem dos jogadores é comprada por investidores e depois é só esperar pela valorização do activo, como sabe. Se não houver valorização, quem perde é o investidor. Não vou alongar-me muito sobre o tema, direi apenas que este tipo de fundo é sobretudo constituído por jogadores da/ou provenientes da formação. Quanto ao prémio do Felipe, não me parece que tenha sido esse montante. Vamos lá ver: todos os jogadores do Braga receberam prémio da Champions (fiz uma notícia na Bola há tempos mas nem me recordo do valor. Era alto, mais tarde vou aos arquivos e digo em concreto quanto foi). Na verdade, as contas do Braga não são assim tão densas. E falo porque conheci bem as do Boavista, clube que acompanhei durante cinco anos. Para ser franco, a contabilidade da SAD do Braga é, na generalidade, bastante básica. Infelizmente, não nos deram acesso ao último relatório e contas que deu positivo. Tenho o dos anos anteriores todos, menos esse, o que é uma pena. Uma coisa eu sei: Salvador sabe fazer contas de somar, João Loureiro era perito fazer contas de subtrair. O Braga vai dar lucro nos próximos dois anos, sustentado numa política coerente de investimento/venda de activos. Sem essa política, o Braga era ingovernável, pois é um clube que já tem uma folha de encargos considerável. O plantel, (só o plantel) custa 11 milhões num orçamento geral de 18 milhões de euros. No tempo do Jesualdo, o plantel custava 5 milhões. Um abraço