É caso para dizer: foi bonita a festa, pá! Depois de uma viagem tortuosa desde a Madeira, cujos contornos prefiro nem abordar (coitado do vulcão islandês, agora tem culpa de tudo), nada melhor para uma equipa ser recebida no aeroporto do Porto por meio milhar de adeptos em êxtase. Admito que o que vi na madrugada alta de segunda-feira (3.30 da matina) superou em muito as minhas expectativas. Nunca tinha visto no universo bracarense uma manifestação tão efusiva de paixão, um movimento de massas tão significativo e abrangente. Por causa dos sucessivos atrasos na partida do avião que trouxe a equipa do Funchal, as celebrações previstas naquela madrugada na cidade dos Arcebispos ficaram sem efeito - aconteceram, mas foram mais tímidas por causa da hora avançada. O aeroporto Francisco Sá Carneiro foi, portanto, o palco principal da festa de encerramento de uma época para recordar do Sp. Braga. Acho que as imagens do filme valem mesmo por mil palavras.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Festa no aeroporto
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10 comentários:
Apesar de campeão nacional, estou muito triste por ter um amigo no hospital do Porto, operado de urgência, e com possibilidades de perder a visão por culpa de meia dúzia de animais que se lembraram de estragar a festa.
A simpatia que (ainda) tinha pelo clube da minha cidade terminou ontem à noite. Quero mais que se lixem e que penem no meio da tabela, que é o que vai acontecer em poucos anos.
Caro @BigSousa
Podem ter feito coisas muito bonitas no Sá Carneiro, mas não limpam as porcarias que fizeram na cidade... Uma vergonha! Tantos energúmenos a destilarem ódio, a baterem em mulheres e crianças, a partirem vidros de carros a espancarem pessoas só porque festejavam o titulo do Benfica...
Têm ambos razão. Aconteceram coisas gravíssimas e inconcebíveis numa sociedade dita livre e democrática. Falarei sobre isso mais tarde. Agora, é tempo de acelerar o trabalho, amigo! :P Abraços
Não posso deixar de condenar os actos de violência que ontem foram levados a cabo por adeptos do meu clube, que só nos podem envergonhar.
Dito isto, os tais actos de violência relativamente a adeptos do Benfica ter-se-ão passado fora da zona de concentração de adeptos do Braga, que se reuniram na Avenida Central. Ao contrário do que alguns media informaram(?) não houve aí quaisquer confrontos de adeptos até porque não havia aí adeptos visíveis do Benfica. Mesmo no final do jogo passou na Arcada uma mulher (não me pareceu acompanhada mas não posso garantir) exibindo com um sorriso algo trocista uma bandeira do Benfica... Nessa altura, alguns adeptos do Braga (maioritariamente jovens) lançaram-se sobre ela, retirando-lhe a bandeira (não posso afirmar se houve agressões) e a turba lançou-se sobre o local dos distúrbios, a maioria sem saber sequer o que se estava a passar. Algumas pessoas tentaram acalmar os ânimos mas, como toda a gente sabe, não é possível travar o impulso irracional das massas. Foi nessa altura que a polícia interveio (eu vi apenas dois homens) e então sim, lamentavelmente alguns dos (jovens) adeptos do Braga reagiram contra a polícia arremessando o que estava à mão (garrafas, cadeiras, etc.). A polícia (em baixo número) reagiu (penso que algo amedrontada) com tiros para o ar, assustando grande parte das pessoas que ali estavam, quase todas apenas para dar largas ao orgulho pela grande época da sua equipa. Foi nessa altura que decidi retirar-me porque me pareceu que aqueles acontecimentos tinham toldado o ambiente de festa que se vivia.
Entretanto, enquanto jantava com a família numa churrasqueira da cidade ouvi com espanto um jornalista a dizer que os confrontos se tinham desencadeado entre adeptos dos dois clubes(!) já que os adeptos do Braga não aceitaram de bom grado os festejos no centro dos adeptos do Benfica! Mentira(!), não foi isso que se passou, independentemente disso não desculpabilizar as cenas de violência com a polícia.
Soube depois que houve cenas de violência, neste caso sim, envolvendo adeptos do Benfica, na Avenida de Liberdade (no túnel e no fundo da Avenida, na Ponte de S.João. Lamento que elas se tenham passado e espero que, se alguém ficou ferido, recupere rapidamente. E que se os culpados forem encontrados pois sejam responsabilizados. (cont.)
(cont.) Dito isto e sem que o que vou dizer possa justificar actos de violência, penso que seria de algum senso que os adeptos do Benfica pudessem festejar noutras zonas da cidade, sabendo que no centro havia uma concentração de milhares de adeptos do Braga. Recordo que este campeonato teve a novidade de ter sido ganho “contra” o Braga. Se as pessoas têm direito a manifestarem-se onde bem entendem? Claro que sim. Mas não vivemos num mundo perfeito. Há umas semanas, eu estive no estádio da Luz para ver o meu Braga e fui sozinho para o estádio incógnito e sem me manifestar. Se tinha o direito de exibir o meu cachecol livremente e de me manifestar à vontade!? Claro. Mas sei que no meio de benfiquistas que entendem o futebol assim, há certamente outros que são tão intolerantes quanto foram aqueles nossos adeptos ontem. E que se tivesse outra atitude, se calhar arriscava o coiro. Do mesmo modo que por experiências anteriores, sabia que me teria de resguardar nas bancadas se não queria terminar o jogo banhado em cuspo. Volto a repetir, isto não é justificação para nada; serve apenas para ilustrar que o mundo não é perfeito e que nem todas as pessoas, venham de onde vierem, sabem respeitar o outro.
O que não aceito nas palavras que li acima é a aparente afirmação de superioridade moral de uns clubes sobre outros. Como se todos os adeptos do meu clube fossem inergúmenos ou como se nos seus clubes não existissem energúmenos do mesmo calibre. As pessoas têm direito à indignação perante actos de violência cobarde, têm direito de se sentirem ultrajados por pessoas que lhes são próximas terem sido alvos de maus-tratos... e têm todo o direito de gostar de um clube e não gostar de outro. Mas sejam sérios e não arranjem argumentos de natureza moral que caem logo pela base atentando ao historial de episódios igualmente lamentáveis que as várias massas adeptas dos três grandes têm nos respectivos curricula. É natural que uma equipa que passou uma época a morder os calcanhares (a sério) ao Benfica (neste caso) deixe de ser vista como uma equipa simpática. É natural que um clube que vem ganhando uma identidade própria e que a quer afirmar por muito que lhe dificultem esse desiderato passe a ter adeptos que já não são vistos como uns “castiços” mas como rivais. Eu aceito que assim seja. Mas assumam-no. Não aceito que me chamem marginal, nem que me digam que faço parte de um grupo de marginais... porque do mesmo modo poderia eu pensar dos adeptos de outros clubes que no seu seio têm gente de igual quilate.
Aceito que estes episódios servem para mostrar que nem tudo está bem e que dentro dos clubes há uma franja de adeptos que coloca em causa o bom-nome dos próprios clubes. Não é fácil lidar com isto. Os bons adeptos têm uma palavra a dizer, os clubes também a deviam ter...
Muito bem, Pedro. Acrescentaria uma coisa, relacionada com a viagem que fiz com a comitiva e adeptos do Braga: a maioria condenou esses actos com veemência. É um sinal de esperança, nada mais do que isso, mas revela, por outro lado, que o típico adepto do Braga, aquele que não sofre com as frustrações dos outros,não se revê neste tipo de atitudes lamentáveis. O que vou dizer não é uma teoria, é um facto que alías já tive oportunidade de transpor para um post: os que incitam e praticam a violência podem vestir a camisola do Braga, mas não são só do Braga. Têm outras preferências e a verdade é que a celebração de uma época notável do Braga não satisfaz estas almas penadas, que no fundo sofrem mais por um clube do que pelo emblema da terra. Depois, sim, há o aspecto que o Pedro frisou: o Braga esteve na luta pelo título até ao fim, a envolvente emocional da última jornada era completamente diferente da do passado, criando-se um ambiente adverso para os benfiquistas festejarem em Braga. Mas nada desculpa o que se passou. A cena das cadeiras a voar das janelas da casa do Benfica, e da águia a arder, faz lembrar a repressão dos nazis contra a insurreição dos judeus no gueto de Varsóvia.
Já era de prever que coisas dessas iriam acontecer. Os bracarenses estiveram a ver o jogo em pleno centro do Braga, os adeptos encarnados ao fim do jogo da Luz foram para lá, e claro, tinha de haver cenas.
Na Madeira os benfiquistas também foram para o Hotel onde a equipa estava (à beira do meu) hospedada e começaram para lá a provocar a equipa minhota.
Eu continuo na ilha, à conta da nuvem.
É verdade, Cidchen, a equipa foi de facto alvo de insultos vários no hotel. É triste e inadmissível, mas a diferença entre insultos e arremessos de pedras e paralelos é que os primeiros não matam - no máximo dão cabo do juízo. O desprezo, nestes casos, é sempre um bom remédio. Boas férias forçadas para ti. Antes retida na Madeira do que em Bagdad
Á meia noite será divulgada a entrevista exlusiva do portuguesesnoestrangeiro com um jogador..
vem ver!
http://portuguesesnoestrangeiro.wordpress.com
GRANDE RUI PEDRO RIBEIRO,ATÉ QUE ENFIM QUE APARECE ALGUÉM A ESCREVER COM RAZÃO... COMO ESTÃO AS COISAS, NENHUM CIDADÃO EM PLENAS FACULDADES, VAI VER UM JOGO,COM A FAMILIA, POR EXEMPLO, AO ESTÁDIO DO ADVERSÁRIO,EXIBINDO ALGO QUE O IDENTIFIQUE COM O SEU CLUBE... NEM QUE SEJA UM SIMPLES PORTA-CHAVES...DEVIA TER ESCRITO,"ESTÁDIO DO INIMIGO", DA MANEIRA QUE ISTO VAI... UMA VERGONHA... O CALIFADO DO GOVERNO, JUNTAMENTE COM OS MARAJÁS DO FUTEBOL, APOIAM E PIOR EXALTAM OS CLUBES,AS CLAQUES E ADEPTOS A ESSA VERGONHA VIOLENTA. QUANTO MAIS, MELHOR... DÁ-LHES JEITO...
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