Estive ontem à noite no Dragão (aposto que já tinham saudades destas fotos de paparazzi!), onde o FC Porto desprezou aquele célebre aviso segundo o qual «há mar e mar, há ir e voltar». Claro que o jogo foi na casa azul, mas a avaliar pela forma como o FC Porto foi envolvido nas ondas do futebol vibrante do Leixões, o perigo de afogamento era mais do que previsível. O FC Porto ainda esteve 20 minutos com a cabeça de fora, logo após o intervalo, mas sem bóia (Lucho) onde se agarrar foi ao fundo, primeiro devagar, depois como uma âncora, imparável.
Pensava-se que este Leixões vivia muito dependente do talento de Wesley. Que engano. Braga, jogador que no Leça já era um caso sério, fez bem o lugar do brasileiro e foi o melhor da noite, com dois golos e uma exibição de sonho. Muito bem Bruno China na zona das ideias. Tirando Joel, o Leixões esteve colectivamente irrepreensível, mostrou uma atitude competitiva notável e nunca foi uma equipa de pontapé para a frente. Pelo contrário: soube sair da sua área sempre com a bola controlada. Em oito remates que fez, seis foram perigosos, quatro deram golo (embora o de Zé Manel tenha sido mal anulado).
Os dragões estão mal. Ao cansaço físico junta-se o cansaço psicológico e opções erradas de Jesualdo na constituição do onze e nas duas últimas substituições. Com Tomás Costa na esquerda, o FC Porto ganhou um lateral que nunca teve esta época. A entrada de Mariano para aquele flanco e a posterior deslocação de Tomás Costa para a direita redundou em fracasso.
Subtraindo o dado (importante) de frente a frente estar um candidato ao título e uma equipa que acima de tudo quer garantir rapidamente a permanência, há que sublinhar a grande qualidade do jogo: cinco golos, um ambiente vibrante nas bancadas, com muitos adeptos do Leixões a apoiar a sua equipa, um jogo de futebol bem disputado e sempre interessante.
Não há dúvida de que este FC Porto está com um terrível défice de confiança. Basta notar que num tema sensível (os assobios) o balneário foi de um extremo ao outro: primeiro queixava-se da injustiça do público, agora reconhece que assobiar esta equipa é não só um direito das hostes portistas como é legítimo fazê-lo, considerando as actuais circunstâncias.
5 comentários:
Meu caro, concordo com o que diz, mas mesmo a jogar mal, mesmo sem confiança, mesmo o Leixões a jogar muito bem, o F.C.Porto na segunda-parte, encostou a equipa matosinhense às cordas, chegou ao empate e só não deu a reviravolta completa, porque tem um senhor no banco, que anda completamente, a apanhar papéis. Alguém percebe a ida o Mariano para o lado esquerdo da defesa? Alguém compreende, depois do Leixões passar a atacar por aquele lado - marcou até um golo limpo - e o argentino estar à rasca - nunca jogou ali - o treinador não tenha alterado?
Tenho muitas dúvidas que Jesualdo tenha capacidade para dar a volta ao Texto.
Um abraço
Leitura correctíssima, caro dragão vila pouca: de facto, o FC Porto tem uma boa reacção na segunda parte (os tais 20 minutos em que pôs a cabeça de fora e quase chegava à praia), mas depois...
Parabéns à massa adepta do Leixões, mas não posso deixar de reprovar a "lesão" conveniente do auto-intitulado melhor jogador da liga, e também o discurso pobrezinho e subserviente do josé mota. Contra o benfica fartou-se de choramingar por cauda de um pseudo-golo mal anulado. Ontem nem uma palavra sobre o escândalo que se passou em campo, enfim...
Veremos se o atrevimento do leixões no dragão não os vai conduzir directamente à liga da água
agent_smith
ps: big, não consigo assinar sem ser como anónimo
Amigo Smith: acho que se escolheres a opção nome/URL consegues entrar com identifição. Experimenta e diz qualquer coisa.
Quanto às atitudes subservientes de alguns treinadores no Dragão tenho uma teoria: todos sonham em treinar o FC Porto.
eu faço isso e não dá, e antes dava. agora dá um erro "O URL contém caracteres inválidos" qd eu só escrevo no nome. mas deve ser falha do site, eu vou assinando :)
gosto da tua teoria :)
agent_smith
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