quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Fábio Martins: o que é bom paga-se


Estão enganados os que pensam que só o dinheiro moveu Fábio Martins na aventura de nove meses que abraça no Al-Shabab, clube orientado por Pedro Caixinha. Sim, um dos grandes talentos do futebol português vai ganhar em nove meses o que ganharia em 10 anos com o contrato que atualmente tem. Os ressabiados que também gostavam de ganhar 10 vezes mais sentados no sofá, sem fazer sacrifícios como deixar a família para trás, cumprir um regime rígido de treinos ou ter atenção à dieta, agitaram logo a bandeira do futebol romântico. Meu Deus, onde anda o amor pela camisola? Poupem-me e poupem-se. A honestidade de Fábio Martins vem acompanhada de um entusiasmo genuíno pelo projeto de Caixinha e pela certeza de que irá partilhar o balneário com grandes craques mundiais, como Banega, já contratado ao Sevilha.

A juntar a isso, a parte menos romântica; nenhum dos chamados três grandes teve força económica ou coragem para investir num talento português e pagar o que o SC Braga pedia. Fábio explicou isso sem rodeios, porque ele é assim, franco e honesto. Em tempo de pandemia, com o mercado ao avesso, o Al-Shabab (e no futuro será assim) chegou-se à frente: pagar um milhão de euros por um empréstimo é obra. Ainda por cima o SC Braga renovou com o jogador até 2023. Talvez o aproveite para o ano. Vejo no plantel dos minhotos um grande extremo, Ricardo Horta, mas nenhum tão bom, explosivo e cerebral como o Fábio. Estão no direito de discordar - e liberdade para ler a entrevista na íntegra. Abraços.


Sem comentários: