quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

'Senza Paura'


Nos últimos seis jogos em casa, o FC Porto nunca perdeu frente a equipas italianas. O duelo dos dragões com a Roma, no play-off da Champions, foi uma preciosa lição que o futebol nos ofereceu sobre os méritos de ser paciente e equilibrado na abordagem a desafios em que uma equipa é tida como menos favorita que a outra. Nem a Roma era um papão nem o FC Porto se dispôs a subir ao altar para o sacrifício antecipado pelos transalpinos. Ao despachar o adversário com uma exibição notável no Estádio Olímpico – vitória por 3-0, depois de um empate comprometedor a uma bola no Dragão – o FC Porto mostrou que a sua sólida obra europeia o iguala, em estatuto, ao Real Madrid e Barcelona, as únicas equipas com igual número de presenças na Champions – 21. 

A Juventus é outra história? Para os mais antigos, haverá sempre essa memória dolorosa de Basileia e da derrota na final da Taça das Taças, em 1984, por 2-1, que nunca chegou a ser vingada. Posteriormente, em 2001 a Juve empatou nas Antas (0-0) e ganhou ao FC Porto em casa (3-1) na fase de grupos da Liga dos Campeões. Três jogos, duas derrotas e um empate, mas tantos anos passados este é o único padrão que se mantém: esta noite estarão frente a frente dois históricos da Europa. 

Um com muitos mais milhões de euros que o outro, mas sempre foi assim o fado das equipas portuguesas. Não há drama nesta história dos investimentos: é só visitar a galeria de troféus no museu do FC Porto para se perceber que o dinheiro não compra tudo. ‘Chi bene incomincia è a metà dell'opera’. Numa tradução livre para o português, começar bem é meio caminho andado para o sucesso. Ganhar hoje será mesmo meio caminho andado para o FC Porto acertar aquelas continhas em aberto desde 1984…

PS: Vão perdoar-me puxar a brasa a minha sardinha, mas a capa da Bola está potente. E dentro alinha pela mesma mensagem forte, a de um dragão que não tem de temer nenhum adversário.

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