quinta-feira, 17 de março de 2016

Quintero: ontem já era tarde


Quintero tem pés mágicos, o problema é saber o que fazer com eles e calibrar as ideias em função dos interesses de um coletivo. Cedido ao Rennes, o trajeto do colombiano começou por baixo, a recuperar terreno físico na pré-época. Foi o último a chegar e aos poucos foi mostrando o que vale, mas sem nunca se assumir como indiscutível na equipa. A mudança técnica e a entrada de Rollan Courbis (uma velha raposa do futebol francês) atirou o colombiano para nova crise pessoal - igual, ou pelo menos parecida, com aquela que ditou o seu destino com Lopetegui. 

Não se pode culpar todos os treinadores. Sim, Quintero continua a ser chamado à seleção (está nos sub-23 neste momento) mas nesta fase da sua carreira tem de encontrar uma direção. Já o devia ter feito, De pouco vale ter talento se não se souber o que fazer com ele. Pior: se não se quiser juntar ao talento sacrifício no dia a dia. Courbis não foi simpático na avaliação que fez do portista cedido ao Rennes: «desorientado», «sem capacidade para jogar mais de 20 minutos», e um certo vedetismo que o levou a crer que para ser titular basta existir. Não é assim. 

Será uma pena se Quintero perder o norte. Porque tem de facto argumentos técnicos muito acima da média e, por isso, o FC Porto gastou 9.5 milhões para ter a totalidade dos direitos económicos do criativo. Só que... é preciso mais que magia. Bem mais. 

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