terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Peseiro: o que muda no FC Porto?

Foto: FC Porto


Tenho por José Peseiro uma enorme consideração. Nos 11 anos que fiz a cobertura do SC Braga criei amizade com todos os treinadores que passaram pelo clube e Peseiro não foi exceção. É um treinador metódico, que cria bom balneário e tem o mérito de defender uma filosofia de jogo atrativa. Não é um nome consensual e tenho a perfeita noção disso. É um projeto de risco para Peseiro, mas é também um desafio ao seu gosto - e ele não se importa de entrar num cenário em que quase todos estão contra ele e poucos estão do seu lado.

O futuro dirá se cinco meses chegam para alterar hábitos que estão enraízados há ano e meio. Hábitos reforçados por duas pré-épocas. Hábitos que conduziram o FC Porto por caminhos paradoxais  - muitos recordes batidos, zero títulos. Na edição de quarta-feira de A BOLA falámos com Rúben Micael, um ex-dragão que trabalhou com Peseiro em Braga, na época 2012/2013. O madeirense tem um discurso assertivo e interessante, com ideias bem definidas. É sempre bom ouvi-lo. Por falta de espaço, deixei uma história de fora. Uma história que define a identidade do FC Porto antes de Lopetegui e antes dos investimentos avultados que trouxeram ao Dragão jogadores de calibre, mas que juntos ainda não formaram uma equipa... à Porto.

«Quando ganhámos 5-0 ao Benfica no Dragão nem imaginam a festa que fizemos no balneário, jogadores que não estavam convocados entraram e começaram a festejar (com a roupa que tinham). Curiosamente eram dois jogadores da formação que sentiam e davam tudo nos treinos. São esses jogadores que fazem falta ao clube. Nessa época tínhamos imensos portugueses. Nem todos jogavam, mas todos adoravam o clube e davam tudo pelo clube.»
(Rúben Micael)

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