segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O último baile dos finalistas e o penálti de Barrientos



Grande razia a norte na Taça de Portugal, que se estendeu aos dois finalistas da edição da época passada, FC Porto e V. Guimarães. Estive ontem em Vila das Aves e apreciei o futebol positivo, de ataque, da equipa de Paulo Fonseca. Destemidos e entusiasmados, os avenses podiam ter resolvido a eliminatória no tempo regulamentar pois tiveram muitas oportunidades para antecipar a festa. Incomparavelmente mais oportunidades que o Vitória, que se socorreu uma vez mais de Nilson para adiar uma eliminação confirmada nas grandes penalidades.

No contexto da II Liga, não me parece que o Aves suba. É uma equipa que joga bem demais e que não tem a chamada «ronha», o cinismo dos candidatos. Gostava de estar enganado, porque uma equipa assim, que aborda o futebol de uma forma límpida, sem espartilhos tácticos, é uma saudável novidade no segundo escalão profissional.

Do Vitória, um par de notas: após duas vitórias, a crise de identidade está longe de estar ultrapassada e isso foi evidente nas Aves. Chocou-me o penálti de Barrientos, à Panenka, mal executado, facilmente defendido por Rui Faria. Não me parece que as palavras de Rui Vitória a propósito desse episódio, tirando peso à má decisão do jogador, tenham sido felizes. Explico porquê: em tese, este tipo de lances terá sido treinado durante a semana. Assim de repente, não estou a imaginar o Barrientos a virar-se para o Rui Vitória e a dizer: «Mister, vou marcar à Panenka, está bem?» Outra hipótese é os penálties não terem sido treinados. O que eu não quero acreditar.

5 comentários:

Anónimo disse...

Folgo em ver q so se interessa por nós quando perdemos. Escreva sobre o seu FC Marraquexe q é o q o faz feliz.
ah desculpe voces tb perderam, foi foi por culpa do arbitro???? pelo menos foi o q os eu presidente quis fazer crer.
Está á espera que ele lhe diga o que escrever????

Pascoal Sousa disse...

O Vitória não perdeu o jogo. Foi eliminado da Taça nos penáltis. E não, não é verdade que só fale do Vitória quando a equipa perde. A verdade é que esta época tem ganho pouco. Por outro lado, a associação ao Braga acontece, de facto, porque faço a cobertura noticiosa do clube, nada mais. Neste espaço que é meu escrevo sobre o que me apetecer e se quiser ler, lê, se não quiser há muito blogue capaz de lhe aconchegar o ego.

Vimaranes disse...

Concordo com a opinião relativamente à grande penalidade de Barrientos. Aceito no entanto que Rui Vitória não tenha ido muito mais além do que foi... publicamente, maneiras de estar. Agora não posso é aceitar, nem sequer acreditar, que não tenha repreendido fortemente o jogador no balneário. Não só ele, mas os responsáveis directivos pelo futebol do clube. Foi uma atitude insensata, inadmissível e que não pode ser desculpada com a idade ou qualidade do jogador e que julgo que o jogador já estará arrependido (aliás já mostrou isso mesmo no facebook). Claro que não será o primeiro ou o último a fazê-lo (bastará lembrar Postiga também num momento decisivo). Mas é algo para Barrientos fazer nos treinos ou nos jogos com amigos e não em momentos importantes para o clube.

Pascoal Sousa disse...

Não descobri no FB do Barrientos qualquer sinal público de arrependimento, mas admito que exista. De qualquer modo, não se trata do Rui Vitória assumir publicamente a sua reprovação com a atitude do jogador, mas sim de provar que tem o grupo na mão, que está acima dele - para mim, foi um sinal preocupante de que temeu uma reacção adversa do grupo se abrisse o coração após o jogo. É a velha história do caçador e da caça. A supremacia do primeiro, legitimada pela arma, fica sempre ameaçada se a presa pressentir o mínimo sinal de fraqueza. É o que está a acontecer com o Vítor Pereira no Porto. Abraço. Apreciei a sua última crónica no blogue, é realista e bem pensada.

Vimaranes disse...

"Un trapezon, no es caida... Me va a servir como experiencia no cometer el mismo error. Como me enseñaron, NUNCA BAJAR LOS BRAZOS!!" [Barrientos]

Parece-me evidente que é um comentário que mostra algum arrependimento e a noção de que deve ter aprendido com o erro. Pelo menos isso.

Relativamente a Rui Vitória, é sempre complicado dizer qual seria a melhor postura. Eu como treinador provavelmente condenaria em público a situação. Não sei se seria o mais correcto. Ele preferiu não lhe atribuir muita importância. Lá está, maneiras de estar diferentes. Confesso que não sei qual a que resultará mais, creio que Rui Vitória conhecerá o grupo e o jogador. Agora, o que se pede (e espero que tenha acontecido) é que independentemente da sua declaração pública, não tenha deixado de repreender o jogador no balneário, porque a atitude é inadmissível.