quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jogos de fortuna e azar

Sporting com talento e dinâmica enquanto jogou com 11; Sporting bafejado pela sorte a partir do momento em que ficou reduzido a 10 unidades. Podia ter sido o descalabro. Mas não houve descalabro e essa é outra novidade que o leão introduz esta época. Sim, com mais um jogador em campo a Lázio atacou até dizer chega, mandou uma bola à barra, desperdiçou pelo menos mais duas ocasiões escandalosas para bater Rui Patrício, viu o árbitro negar-lhe uma grande penalidade, num lance precedido de fora-de-jogo de um italiano. Pelo meio, vi um Sporting que soube ter capacidade de sofrimento e manteve um mínimo de organização para não ser cilindrado. Foi feliz, no entanto, trabalhou para alcançar essa fortuna.

O Braga perdeu. Não é o fim do Mundo mas por aquilo que ouvi na rádio (não vi na TV) a equipa de Leonardo Jardim podia ter evitado esse destino. Um golo na primeira parte era o mínimo que se pedia, em face das muitas oportunidades criadas pelos guerreiros. O golo do empate do Club Brugge surge depois de falta cometida sobre Paulo Vinícius; o segundo é um belo cabeceamento, quando já os belgas esfregavam as mãos de contente pelo ponto ganho. Como disse, não vi o jogo mas não deixei de estranhar a substituição de Djamal. Mesmo com Salino em campo, não me parece que os equilíbrios na zona do meio-campo sejam os mesmos sem o líbio, até porque Hugo Viana já não devia estar propriamente na plenitude das suas capacidades físicas naquele período de jogo. Mas, pronto, perder é um dos três resultados possíveis e o Braga tem de conviver (e sobretudo saber conviver) com essa realidade.



1 comentário:

Pedro Ribeiro disse...

A sua leitura do jogo do Braga é exacta. Perdemos unicamente por alguma falta de pragmatismo de Jardim na fase final do encontro. Não estávamos a perder, o empate manter-nos-ia no comando do grupo, não tínhamos de procurar a vitória, correndo tantos riscos, depois da troca de Djamal por Carlão. A equipa que estava em campo tinha suficiente potencial para tentar a vitória até final.

Dito isto, não se pode esbanjar tantas oportunidades quantas desperdiçamos ontem e ainda por cima dar um brinde de todo o tamanho (mesmo com falta), permitindo a um Brugge, até aí praticamente inofensivo, regressar ao jogo.

O Braga de Jardim tem alguns defeitos que não me agradam (equipa frequentemente demasiado longa, falta de uma referência na cabeça-de-área) mas ontem nem foi por aí que a derrota chegou. Ficou-me uma preocupação: a notória quebra anímica após o golo dos belgas. Não tem justificação. Uma equipa tem de ter personalidade para regressar ao jogo, ainda para mais quando mostrara até aí ser superior ao adversário. Veremos já em Leiria se esta equipa tem ou não capacidade de reacção à adversidade. Mas, neste capítulo, os sinais dados no final do jogo foram preocupantes.