sábado, 18 de junho de 2011

Reflexão pré-férias



Vou de férias, amigos, e só volto no início de Julho. Escrevo estas linhas no computador Magalhães do meu filho, que vou levar comigo, porque este vosso génio em informática (lol, gaba-te cesto) conseguiu a proeza de instalar um cartão da Zon que me vai ligar ao mundo enquanto eu e a minha prole estivermos a fritar no calor das Caraíbas. Antes que o FMI me apanhe, antecipo-me à jogada e vou para bem longe daqui. Para o ano, se as coisas ficarem negras, faço férias em Angeiras Beach, ali para os lados de Lavra.

Passo os olhos pelas notícias de hoje. Baiano no Braga. Boa. É um jogador com muito valor e acho que vai ser um reforço efectivo para Leonardo Jardim. Para verem como são por vezes tortuosos os caminhos de uma notícia, note-se que o Baiano começou a ganhar força no Braga faz hoje oito dias. Podem ler aqui. Por vezes, as coisas não saem bem, ora porque uma das partes quebra o compromisso ou simplesmente porque o clube muda de ideias - o que acontece com muito mais frequência do que se pensa. Outras vezes, os jornalistas enganam-se redondamente ou são enganados. Já me aconteceu as duas coisas.

Não é por vaidade pessoal que fico feliz por verificar que o Baiano foi mesmo para o Braga. É mais um sentimento de alívio misturado com o sentimento de dever cumprido. Houve um tempo na minha carreira, no início de tudo, em que achava que o que o público mais queria era ter assunto para discutir no café. Verdade ou mentira, o que importava era «agitar» o mercado e ter muito fluxo noticioso.

O Boavista, primeiro, e o Braga, depois, mostraram-me aquele que considero ser o caminho que o público quer: o da verdade. O rumor às vezes é giro e dá imensa conversa, pode vender num determinado dia, mas chega a uma altura em que o leitor pára para pensar a ganha a consciência de que não está a ser bem informado. Grandes jornais começaram a definhar assim. Há dois tipos de notícias que gosto de dar: a que se confirma no espaço de 24/48 horas e aquela em que a verdade demora um/dois/três meses a vir à superfície. Esta última dá mais gozo.

Os dois clubes que mencionei ensinaram-me muito, porque cada notícia era resultado de uma dura batalha, de uma persistente procura pela verdade e, tantas vezes, de uma maratona que começava de manhã cedo e terminava madrugada alta. Por isso estou grato ao Boavista e grato ao Braga. Ser jornalista é uma vida que cansa mas tem as suas compensações. É uma vida de contradições, de ódios eternos e passageiros, de paixões ocasionais e impossíveis. Mas é a minha vida e se um dia a deixar sei que vou morrer por dentro.

Boas férias pessoal e desculpem a quilométrica reflexão. Às vezes dá-me para isto!

7 comentários:

Anónimo disse...

Então o Narciso além de ser expulso da mutua de s mamede infesta ainda esta a ser processado na PJ do Porto ? parece k as fraudes foram mais k muitas e agora vai responder por tudo isso. o gajo gastava gasoleo k punha no carro dele,eram almoços à farta, falsificava atas das reunioes,ficou com o iphone da mutua e fez uma empresa com a filha para ficar com o dinheiro de uma avenca mensal de kuase tres mil euros mes. tudo pago com dinheiro da mutua.

Cidchen disse...

Boas FÉRIAS!!
As minhas só serão para o fim do próximo mês.

Pedro Ribeiro disse...

Aprendi a respeitar o seu trabalho precisamente porque a experiência demonstrou exactamente o que diz: que por norma o que escreve tem fundamento, mesmo que uma vez ou outra as coisas não se concretizem. O Bigsousa até sabe que, graças a isso, se tornou uma espécie de estrela do jornalismo entre a comunidade de adeptos do Braga, apesar do "seu" jornal ser, nela, mal-amado.

Concordo com a sua crítica a uma forma diferente de fazer notícia: há notícias que, assinadas por alguns jornalistas ou vindas de determinados jornais, não me merecem, por isso, qualquer atenção. Presumo que isso aconteça com a maior parte das pessoas quando, com o tempo, se apercebem que a notícia com fundamento é, nessas circunstâncias, quase mero acaso.

Soa a despedida a sua mensagem. Sabe bem, nesta altura, ouvir palavras de agradecimento aos clubes por onde o seu dia-a-dia passou nos últimos anos, incluindo o meu, o que só prova inteligência porque de todas as experiências se recebem ensinamentos. E fica sempre algum afecto. Pela minha parte, continuarei a lê-lo mesmo que entretanto nos tenha trocado para dar o "salto". Espero que seja mesmo uma promoção! :-P Mas já sabe como é isto da bola, muita gente entende mal estas coisas do profissionalismo. :-D

Boas férias!

Pascoal Sousa disse...

Não é uma despedida Pedro. Antes de mais o meu agradecimento pelas palavras sempre simpáticas que me tem creditado neste espaço. Nos últimos dias tenho andado a pensar mais na vida e só isso. Acho que por vezes, na nossa profissão, existe um sentimento de que tudo o que se escreve é legítimo, mesmo que não seja verdade. É mais um apelo que outra coisa qualquer, acredite. Vou continua a fazer o que gosto, dentro da linha de orientação dos últimos anos. Abraço

Manuel Casaca disse...

"O rumor às vezes é giro e dá imensa conversa (vide Nuno Gomes no Braga)"

Rumor? Ainda hoje (quarta-feira) o Nuno Gomes esteve reunido com o presidente António Salvador. Este blog devia ser dor de cotovelo e não dor de menisco.

André Morais disse...

Concordo com tudo que dizes Pascoal. Mas aproveito para perguntar se o que a Bola faz hoje a propósito do Nuno Gomes também é rumor ou a constatação apenas de que aquilo que achaste que era diversão do jogo a 9 de Junho é efectivamente verdade.

Pascoal Sousa disse...

Bom, em primeiro lugar quero cumprimentar os meus dois companheiros de O Jogo, dois grandes profissionais que muito prezo, como eles sabem. Ainda bem que são leitores do blogue. Não tenho problemas em dar o braço a torcer: o interesse do Braga em NG é real, agora mais real que antes, porque tenho para mim que quando há interesse real tem de haver necessariamente um convite formal, e isso só agora sucedeu. Se vos ofendi, peço desculpa. Ao Manuel Casaca: dor de cotovelo porquê? Dou mérito a quem o tem e tu tiveste mérito em antecipar a notícia. Isto não é um guerra nem uma corrida de 100 metros, amigo. Abraço aos dois.