domingo, 3 de abril de 2011

Porto: acendeu-se a luz do título

FC Porto campeão! Foi um título sem espinhas e, provavelmente, será um título sem derrotas até à última jornada. Abrir o champanhe na Luz é mais uma prova de maturidade competitiva desta equipa de André Villas Boas, mas também mostra à saciedade que os dragões são a melhor equipa nacional do momento. O Benfica, à parte alguns azares físicos e excesso de pontaria ao ferro, até pode ter mostrado alguns argumentos para não perder, mas não mostrou argumentos suficientes para ganhar. Vi pouco do jogo. Para ser franco, depois daquelas tristes cenas de violência fora do Estádio, das pedras arremessadas aleatoriamente às claques portistas, dos tiros disparados pela Polícia, das casa vandalizadas, tudo me parece mau de mais. Pode o futebol sobreviver a isto? Pode, mas será por pouco tempo. Leio sobre o final: apagão na Luz e rega automática ligada nos festejos dos dragões. Por favor, não insultem a América do sul com comparações esquizofrénicas. Isto é cada vez mais Portugal. O País a caminhar para o abismo e o futebol a rir-se da sua desgraça.

2 comentários:

Pedro Ribeiro disse...

Em relação ao jogo, penso que as análises de ambos os treinadores pecam por exagero nos méritos das suas próprias equipas. Não acho que o Benfica merecesse o empate, como afirmou Jorge Jesus. Pareceu-me que o Porto ganhou com justiça e talvez tenha feito o suficiente para ganhar com mais à vontade do que acabou por acontecer, sobretudo em função da expulsão (injusta) de Otamendi. De qualquer forma, também me parece um exagero dizer que o Porto mereceria ter goleado, como disse Villas-Boas.

É evidente que os estados de espírito das equipas eram diferentes. O frango de Roberto (após uma boa entrada do Porto, é verdade) acabou por reforçar a vantagem psicológica dos portistas. O Benfica ainda teve direito a uma segunda oportunidade de entrar no jogo (com um penalty forçadíssimo) mas não soube aproveitar.

Penso que o Porto mostrou ser uma equipa que consegue gerir melhor os tempos de jogo, que sabe jogar em vários registos diferentes, ao contrário do Benfica que, por norma, joga sempre em alta correria, sem saber pausar o jogo, trocando a bola, quando isso lhe convém. É evidente que, em dias sim, o estilo do Benfica é muito atractivo; é uma equipa que procura sempre esmagar o opositor e por vezes parece irresistível. O problema é quando não tem bola. E é isso que torna difícil defrontar esta equipa do Porto que pressiona bem, rouba a bola ao adversário e, com isso o impede de ameaçar a sua baliza - um pouco como faz o Barcelona, salvaguardadas as devidas distâncias.

Quanto ao resto (incluindo o referido na sua entrada anterior), continua a haver uma permissividade inacreditável em relação a tudo o que rodeia o futebol. Parece ser uma esfera da realidade sem regras nem lei. É preciso procurar os exemplos de países que tiveram problemas deste tipo e aprender com eles. É que por este caminho ao (público do) futebol aplicar-se-á uma velha máxima da Economia: a má moeda expulsará a boa moeda...

Pascoal Sousa disse...

Vamos ver uma coisa: não vi da sua parte, caro anónimo, um único lamento pelo ataque aos carros dos jornais acima citados. Hoje são os carros, amanhã os jornalista - que por sinal, são pessoas como eu e você. Por outro lado, a teoria da comunicação social como foco de violência... Valha-me Deus, se esse fosse realmente o problema. O problema, é que há uma gritante falta de cultura desportiva neste País, que provoca atitudes insanas nos campos de futebol. A festa que prossiga.