segunda-feira, 25 de outubro de 2010

É mesmo incrível, Hulk

Quando chegou ao FC Porto, desfasado da realidade do futebol europeu, preso aos pequenos vícios que não perdeu no Japão, Hulk era uma bela fera a suplicar por uma matriz táctica que colocasse todo o seu imenso talento ao serviço do colectivo. Na altura, escrevi que o que era assustador em Hulk é que ele só mostrara 30 por cento do valia. Faltavam os 70 por cento. A percentagem inverteu-se. Hulk é 70 por cento de prazer, 70 por cento da força motriz do FC Porto, num todo 100 por cento eficaz, letal e inebriante. Do que vi em Istambul, e, agora, nos primeiros 18 minutos do jogo com o U. Leiria, concluo que Hulk saiu do túnel fortalecido, mais jogador, melhor jogador e, sobretudo, um jogador com muitas mais competências. É incrível, não é?

2 comentários:

Miguel Nunes disse...

Tenho de dar o braço a torcer. O homem resolve... E resolve tantas vezes que qd correr mal e estragar mtos ataques potencialmente perigosos (no fundo aquilo q sp lhe apontei), pode dizer-se que tudo o que já fez e irá fazer noutros dias, compensará esse dia.

E concordo inteiramente com o Pascoal, na questão da evolução. Não há hipotese, apesar das dificuldades na leitura de jogo, vai ter mm de sair p um grande europeu.

Pedro Ribeiro disse...

A diferença de Hulk para outros jogadores de talento que também têm dificuldades na tomada de boas decisões (estou-me a lembrar por exemplo de Quaresma) é o poderio físico. Ele pode falhar não sei quantas vezes mas se numa ocasião consegue ultrapassar o primeiro defesa (ou virar-se e/ou arrancar sem oposição) é praticamente imparável porque nem em falta os defesas o param - ao contrário do que acontece habitualmente, ele (avançado) é mais forte (mais potente e mais rápido também) do que a esmagadora maioria dos defesas. Isso leva também a que os adversários sejam obrigados a jogar inibidos (frequentemente mais recuados), o que torna este tipo de jogador útil mesmo quando esteja completamente desinspirado.

A outro nível, acontece aliás o mesmo com Cristiano Ronaldo, que também não prima muitas vezes pela leitura de jogo. Mas um jogador que alie qualidade técnica a (um enorme) poderio físico, mesmo que falte algum conhecimento do jogo, terá sempre potencial para ser decisivo.

Mas é evidente, se com o tempo e com o treino, um jogador destes chegar a evoluir ao nível do conhecimento do jogo (e parece-me que o Hulk já cresceu qualquer coisita a esse nível), pode chegar onde quiser...