sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Implodir o Estádio de Aveiro



Ulisses Pereira, líder do PSD de Aveiro, sugere que o melhor destino a dar ao Estádio Municipal de Aveiro - Mário Duarte é implodi-lo, e no seu lugar construir um recinto mais pequeno. Sem mais nem menos. Derrete-se milhões de euros investidos numa estrutura desportiva que serviu o Euro-2004, mas que desde a primeira hora foi considerada um dos elefantes brancos da organização portuguesa, a par do Estádio Municipal de Leiria e de Faro Loulé. O tempo encarregou-se de mostrar que também o Estádio do Bessa foi um investimento à portuguesa, exagerado e desenquadrado da realidade - e que ainda por cima arruinou as finanças do Boavista. Isso para não falar do Municipal de Braga, uma «obra de arte» fria e desconfortável, que afastou mais gente do que aquela que chamou aos jogos do Sp. Braga.

Em declarações à rádio Terra Nova, o arquitecto Tomás Taveira, autor do projecto do Estádio aveirense, contrapôs com outra ideia: implodir a ideia de Ulisses Pereira. Ou, em alternativa... «Por mim, podem demolir à vontade e colocar lá uma estátua evocativa da inteligência e cultura urbana desse senhor», alfinetou. Estima-se que o Estádio Municipal de Aveiro tenha custos de manutenção na ordem dos 50 mil euros mensais. É dinheiro. Mas, esclareçam-me uma coisa: antes de 2004, não nos tinham vendido a ideia de que os estádios novos sairiam mais baratos que os velhos em matéria de manutenção?

PS: Não posso criticar esse senhor do PSD. Imaginem o que me passou pela cabeça, caso se avançasse mesmo para a destruição do Estádio de Aveiro: renovar o antigo Mário Duarte e dotá-lo de condições para o Beira-Mar lá jogar. Que ideia estapafúrdia! Deve ter sido alguma coisa que me meteram na água.

8 comentários:

Anónimo disse...

Revista Municipal de Janeiro de 2003, pág. 6: «Construção adjudicada por 43 milhões €»
Depois do Euro2004 apuraram um valor entre 60 a 65milhões! Um erro de 22 milhões dos grandes contabilistas da altura!
Revista Municipal de Novembro de 1999, pág. 30 (lateral esquerda no fim do parágrafo): «Não se mostrando preocupado com a rentabilização do estádio, lembrou que Aveiro tem uma das maiores taxas de assistência aos jogos e uma universidade com 7 mil alunos que poderão dar outra vida aquele espaço.» (Mensagem do anterior Presidenta da C.M.A.)

Pascoal Sousa disse...

Que crente. Se os estudantes enchessem estádios, Coimbra seria a capital do futebol em Portugal...

José Ribeiro disse...

A verdade é só uma o Beira-Mar antes da construcção do novo estádio tinha 15000 pessoas apenas com beiramarenses mas com a ida para o novo, que fica deslocado e completamente distante de qualquer relação com o clube, as pessoas desapareceram e muitos adeptos quase centenários deixaram de ir, devido à falta de meios de transporte ou mesmo falta de vontade. Esta pré-época houve um amigável: Beira-Mar vs Trofense, jogado à semana em dia de trabalho para muitos e a meio da tarde, e, a bancada dos sócios estava muito bem composta!

A ideia de construir algo novo ou remodelar o estádio antigo pode-se tornar uma miragem uma vez que o Beira-Mar está na iminência de desaparecer dentro em breve, caso não aconteça nenhum milagre.

Anónimo disse...

http://twitpic.com/photos/bm_aveiro

Pascoal Sousa disse...

É verdade, ainda me lembro bem da quantidade de adeptos que iam ao antigo Mário Duarte. O Beira-Mar em casa era muito perigoso para os grandes. O novo estádio fica demasiado longe e o problema é mesmo a falta de ligação «afectiva» entre recinto e adeptos. Isso aconteceu tb com o de Braga, por exemplo. Se o Beira-Mar desaparecer, morre uma grande instituição. Aí, mais vale de facto meter o estádio abaixo. Abraço

Carlos Alexandre disse...

boa tarde a todos..antes de mais dizer que acho má ideia esta de destruir o estadio...porque foi feito um esforço visivel para fazer crescer aquela zona perto do estadio em termos de comercio,industria e afins..sejam criativos, ofereçam condiçoes para socios,preços de bilhetes o que seja..não fui favoravel à sua construçao como noutros casos do euro.mas destruir não é soluçao.

relativamente ao estadio de braga, custos à parte, discordo totalmente das ideias aqui apresentadas,e como socio presente no antigo e novo estádio deve ser dito que a media de assistencias no velhinho primeiro de maio era de 5\6 mil pessoas e o braga tem neste momento uma media de 12\13 mil no estadio,facto a que não será alheio o crescimento do clube tambem obviamente. mas mesmo assim é um aumento para cerca do dobro por isso penso que se houve local beneficiado pelos estadios euros foi claramente braga. para nao falar da dimensão extra e desenvolvimento daquela zona(piscinas,shoppings,etc.)que dantes tão pouco era conciderada parte integrante da cidade!

Pascoal Sousa disse...

Caro Carlos Alexandre: O crescimento recente do público no Axa tem sido feito muito à custa dos chamados sócios sub-14 e respectivos acompanhantes, que a preços módicos têm ido ao futebol. É uma medida do clube que se aplaude mas que não esconde uma evidência: o Braga tem 10 mil sócios pagantes, desde a mudança de recinto perdeu associados e agora começa a recuperar das perdas chamando as novas gerações. Quanto à média de assistência do antigo estádio, era superior ao que expôs aqui, embora não chegasse de facto aos 14/15 mil adeptos. Abraço

Anónimo disse...

Carlos Alexandre: O Beira-Mar tem dado bilhetes grátis e as assistências no EMA não aumentam. Sou da Coutada, Ílhavo e este estádio saiu totalmente fora de mão.