segunda-feira, 4 de maio de 2009

Moura solta o verbo

"Fizemos um jogo fraquinho. Tivemos a sorte de marcar dois golos sem saber ler e escrever e depois... desligámos. Os jogadores não mostraram a atitude correcta, não tiveram respeito por eles próprios nem pelo público. Há aqui gente que pensa que está tudo garantido, mas não é assim. Por tudo o que não fizemos, este empate deixa-me satisfeito. Mas estou zangado com os jogadores, com a atitude deles e já lhes disse isso no balneário. Sou o principal responsável, assumo isso, mas sei que não foi para jogar assim que trabalhámos ao longo desta semana".

Bruno Moura - treinador do Beira-Mar

De vez em quando sabe bem espreitar a II Liga para ver como param as modas. No caso, o Beira-Mar, 2-Feirense, 2, presenciado por quase 3 mil almas num estádio com capacidade para 30 mil (bem-vindos a um dos elefantes brancos do Euro-2004) e com um tempo óptimo para a pesca. Não de talentos, apesar das duas equipas terem alguns - poucos - jogadores interessantes. O Beira-Mar esteve a vencer por 2-0 e deixou-se empatar no primeiro dos quatro minutos de compensação.

A leitura desassombrada do técnico dos aveirenses resume tudo. Em quase 15 anos de carreira, foi a análise mais cáustica e lúcida que ouvi da boca de um treinador. É verdade: os jogadores do Beira-Mar estiveram a dormir toda a segunda parte, perante um Feirense que em 15 (!) oportunidades claras conseguiu apenas dois golos. Parece que Bruno Moura não vai continuar no Beira-Mar na próxima época. É pena. Mesmo não o conhecendo, parece-me que a revolução positiva no emblema de Aveiro passaria por atacar de frente os problemas. Como ele o fez no final do jogo.

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