domingo, 4 de janeiro de 2009

São uns Reguilas...


foto: Miguel Vidal/Reuters/via Yahoo.com

O Trofense já não é lanterna-vermelha do Campeonato. Transferiu esse indesejado estatuto para o Belenenses, que amanhã joga em Braga. O que fez a turma de Tulipa para sair do buraco? Nada de especial: venceu o Benfica. E venceu bem. Curiosamente, o primeiro golo foi apontado por um homem que esteve quase para ser dispensado: Reguila, um dos heróis da noite na Trofa. As gargalhada de Quique Flores na véspera já me pareceram estranhas: afinal, a equipa vinha de um empate francamente decepcionante frente ao Nacional, num jogo muito polémico, é certo, mas no qual os madeirenses justificaram com bom futebol o empate na Luz.

Depois, a carreira desastrada dos encarnados na Taça UEFA trouxe água no bico. Tão fraco desempenho num grupo acessível era um sinal de que os índices de confiança e os estímulos da equipa tinham caído a pique. Quique tem agora um problema. O mesmo problema que teve Camacho, e antes deste Fernando Santos e antes deste todos os treinadores que não conseguiram manter o balneário blindado a influências negativas vindas do exterior mas também alimentadas internamente.

O FC Porto, que ganhou 2-4 na Choupana, recuperando razoavelmente bem do susto inicial, está no comando. E, ou muito me engano, continuará por lá mais algum tempo...

5 comentários:

dragao vila pouca disse...

Parabéns Tulipa.

Quanto ao F.C.Porto:
foi uma vitória justa, mas muito sofrida, num campo difícil, contra um advesário muito complicado e que nos últimos jogos, nos tem feito a vida negra.
Melhor a segunda que a primeira-parte, mas não podemos de forma nenhuma, e depois de conseguir dar a volta, permitir o empate naquelas condições.
Ontem, ainda fomos a tempo, graças ao nosso Herói, Hulk, mas nem sempre as coisas acontecem como na noite de ontem.
Já lideramos, estamos portanto no nosso lugar habitual...agora é manter o ritmo e não vacilar, pois ainda não ganhamos nada.
Ah, e é preciso, o jogo da Choupana, mostrou-o à evidência, reformar a defesa.
Um abraço

Cidchen disse...

Também acho, por aquilo que se segue o FC Porto tem mais qualidade para ficar no lugar que está durante bastante tempo.

Quanto ao Braga, normalmente, quando tem possibilidade em subir algum lugar, deixa-nos ficar sempre mal... espero que isso hoje não acontença.

Pascoal Sousa disse...

É verdade, caro Dragão VP: a defesa do FCP é o sector mais fragilizado da equipa. E aquele que potencia mais mudanças de fundo ao longo da época, um problema que pode se tornar grave se o FCP não conseguir distanciar-se da concorrência. Abraço

Miguel Nunes disse...

A minha análise mt mt mt sintética dos ultimos 3 treinadores do Benfica.

F.Santos - O melhor. O seu trabalho foi minado por uma série de más decisões alheias (venda de jogadores).

Camacho - Um desastre. Não percebe absolutamente nada do que é o futebol nos dias de hoje. Entre ter Camacho a dar os treinos,ou colocar o Diabo de Gaia, a diferença seria muito pouca (sem ironia)

Quique & Ayesteran - Não tenho duvidas de que têm valor ao nível do q de melhor ha na Europa. Falta a Quique, perceber a realidade portuguesa. Vem duma liga, onde todas as equipas jogam o jogo pelo jogo. Ainda n compreendeu as caracteristicas do campeonato portugues, e por isso usa um sistema tactico totalmente descabido ao contexto da Liga Sagres. Se tiver capacidade para aprender com os erros, poderá ser 10x melhor que o próprio F.Santos. Se mantiver a aparente teimosia, vai ser a desilusão da década.

António disse...

Não quero chover no molhado e bater mais no ceguinho. Até porque, mais do que as concretas causas do desastre de Domingo passado, interessam-me mais as razões profundas deste constante estado da águia: na corda bamba, eterno candidato a entrar em estado de choque. Creio mesmo que o clube só não estoura em mil centelhas porque os benfiquistas são um espelho perfeito do povo português: casmurros, crentes, saudosistas de um passado que não volta.

Um clube vive do seu passado, da continuidade da sua História. Mas esse passado e esse seguimento de uma “cultura” muito própria não pode servir apenas para regurgitar glórias passadas. Um clube de hoje, os jogadores que hoje o representam, têm que se reconhecer nos jogadores de há 2, 4, 6, 8 anos. Tem que haver quem passe a “cultura”, a mística do Benfica. O que resta hoje ao Benfica do que foi nos últimos anos? Vejamos quem são os símbolos de um passado recente:

Rui Costa

O expoente máximo da história e do amor pelo clube. Mas é dirigente, mas só voltou em fim de carreira, perdeu muitos anos daquilo em que o Benfica se transformou. É a maior esperança do Benfica, mas estará a sua vontade à altura do engenho que as novas funções exigem?

Nuno Gomes

Um jogador em fim de carreira. Mantém-se no plantel para que a mística não desapareça de todo. Mas já se fala em futuro lugar na estrutura directiva, é um jogador que os novos colegas já antevêem à porta da saída.

Moreira

Quando devia ter sido aposta não o foi. As lesões não ajudaram. Um caso típico de uma eterna promessa.

Luisão

Está há bastantes anos no clube. E há bastantes anos que ele e o clube desesperam por uma proposta tentadora para que saia. Não me parece o transmissor ideal da mística benfiquista.

Haverá quem diga que os grandes clubes estão invadidos de estrangeiros, que essa questão dos jogadores formados no clube é treta. Apenas dois exemplos claríssimos de dois clubes com história e glória, passada e actual:

Barcelona - Xavi, Iniesta, Puyol, Valdés, Messi, Eto…

Manchester United – Scholes, Giggs, Neville, Ferdinand, Fletcher, Van der Sar…

Sem história recente, sem um fio condutor para que os novos não percam o fio à meada, as estrelas, por mais reluzentes que sejam, não trarão de volta o brilho à Luz. Valeu a pena deixar sair o Simão, desaproveitar o Nélson e o João Pereira? Por quanto mais tempo a formação do Benfica será um deserto árido e estéril?

A bem do futebol português o Benfica tem que inverter esta história que lhe esgota e destrói a História.

Um abraço,
http://bolaseletras.blogs.sapo.pt/

António Almeida