sábado, 17 de janeiro de 2009

Não há intocáveis



Uma investigação do jornal «Marca» sobre uma Assembleia-Geral para a aprovação de contas do Real Madrid, levou à queda do presidente do poderoso clube merengue, o advogado Ramón Calderón. A história resume-se rapidamente: Calderón «convocou» amigos e familiares para garantir que a votação lhe seria favorável - recorde-se que ele é advogado. No dia seguinte à notícia da «Marca», Calderón jurou pela sua honra que tudo não passava de falsidades - já vos disse que ele é advogado? Hoje, demitiu-se. E chorou. Provavelmente, de vergonha.

Calderón é o menos importante nesta história. A «Marca», tida como uma publicação muito próxima do Real Madrid, cumpriu o seu dever com rigor e isenção. Contou a história, defendeu-a com provas irrefutáveis e mostrou que só responde perante uma entidade: o leitor. É a causa maior de qualquer órgão de comunicação social.

6 comentários:

dragao vila pouca disse...

"Calderón é o menos importante nesta história. A «Marca», tida como uma publicação muito próxima do Real Madrid, cumpriu o seu dever com rigor e isenção. Contou a história, defendeu-a com provas irrefutáveis e mostrou que só responde perante uma entidade: o leitor. É a causa maior de qualquer órgão de comunicação social."
Tenho a certeza absoluta, que um determinado jornal português, que se confunde muitas vezes, com o jornal de um clube português, se tivesse os mesmos dados, faria o mesmo. Isso alás, viu-se no tempo de Vale e Azevedo, foram só denúncias desse jornal em relação a um presidente, que está à vista, é e era muito sério.

Bom fim-de-semana.

Ah, no meu blog e acerca das polémicas dos últimos tempos, essa isenção e esse rigor, estão claramente demonstrados.

Pascoal Sousa disse...

O caro amigo Dragão está a ficar previsível. É que já esperava esse comentário. Vou todos os dias ao seu blogue, fico impressionado com o acervo, escolhido a dedo... Eu tb tenho todos as edições do jornal que apoia o seu clube. Coisa boas, sabe, que a memória não apaga. Abraço.

dragao vila pouca disse...

Qual é o jornal que apoia o meu clube? O Jogo? Não me faça rir!

Tem duas primeiras páginas: uma para o Norte com o F.C.Porto e outra para o Sul com o Benfica ou o Sporting.

Tem editores para o F.C.Porto, que tomam partido - mal - do F.C.Porto, mas o mesmo acontece em relação aos grandes de Lisboa.

Dá o mesmo número de páginas ao Dragão, que dá à águia e ao leão.

Tem, num tema tão sensível como a arbitragem, 4 ex-árbitros a comentarem que são tudo menos do F.C.Porto.
Onde está o Jornal que apoia o meu clube?

Agora, você é que está a ficar prevísivel, incapaz de contrariar os factos recorre ao Jogo, como desculpa.

É mentira, que durante o consulado de Vale e Azevedo, que, e não sou eu que o digo, mas os responsáveis do Benfica, esteve quase a acabar com o clube, tal e qual ele é, nunca na A Bola, alguém ergueu uma única vez, uma sequer, a voz contra isso?

O que você devia ter era a coragem de dizer é que o seu jornal cavalgou sobre o erro de P.Henriques - como eu demonstro cabalmente no meu blog - e a pouca vergonha de domingo passado, mereceu uma referência no dia seguinte - também era melhor que não merecesse - e depois passou à história.

Eu no meu blog não tenho o dever da isenção, agora um jornal que apregoa a ética, a moral, afirma-se, como uma espécia de consciência moral do futebol português, mas depois faz jornalismo da pior espécie, porque a ética, a moral e tudo o resto, manda-se às malvas, se a côr a ganhar for o vermelho.

O treinador do Benfica no fim do jogo contra o Nacional, entrou em campo e foi direito ao árbitro pedir satisfações. O Guerra a isso, disse nada, mas atirou-se logo a Jesualdo só porque o treinador do Porto disse no fim do jogo com o Trofense, e disse bem, que os critérios do jogo do Dragão, não tiveram nada a ver com o do jogo da Luz.

Eu não especulo, nem invento, falo de coisas concretas e que estão à vista de todos. Sobre o ponto de vista ético, dou à Bola, dez a zero, quando e repito, não estou obrigado a isso, não tenho código deontológico, para respeitar, como os jornalistas.

Assumam-se tenham a coragem de fazer como em Espanha. Seria mais honesto.

Bom fim-de-semana.

Pascoal Sousa disse...

Caro Dragão: já vi que toquei numa corda sensível. Mas vamos separar as coisas: o Vale e Azevedo era acima de tudo um caso de justiça, o Ramón Calderon, não. Quando os casos à volta do Vale e Azevedo começaram a revelar-se, todos os jornais, incluindo naturalmente a Bola, exploraram o assunto. Mesmo no âmbito do futebol, e sobretudo política desportiva, houve situações denunciadas a seu tempo. Abraço

dragao vila pouca disse...

Você e é a última vez que falo no assunto, não tocou em nenhuma corda sensível, porque a minha sensibilidade para o Jogo não é nenhuma.
Agora, o que você não consegue é argumentar contra tudo que eu disse e vou continuar a dizer, pelo menos no meu blog, acerca do jornalismo que A Bola faz.
Mas nos tempos que correm, eu até compreendo a sua posição.
Assunto encerrado.

Pascoal Sousa disse...

O seu blog é um espaço de expressão que respeito e visito todos os dias. Lá fala muito da Bola e acho que faz bem. Mas não expõe apenas as coisas que do seu ponto de vista estão erradas - também publica coisas de um passado distante e recente que muito contribuíram para informar bem que lê o jornal. Só para dizer que nem «tanto à terra nem tanto ao mar» Como tudo na vida, o equilíbrio é o segredo para uma vida saudável. Abraço