domingo, 19 de outubro de 2008

Não é futebol de Segunda



Acho que só fui uma vez na vida a Arouca, há muitos anos, quando o FC Porto foi lá jogar um ensaio de final de época - ou terá sido no início de uma temporada? Não sei, e também não vem ao caso. Arouca é o tomba-gigantes da Taça de Portugal, eliminou o Marítimo nos penalties e deu alguma vida aos pequeninos nesta terceira eliminatória da prova em que imperou a lei do mais forte. O Rio Ave também foi à vida, no prolongamento, mas frente a um Gil Vicente que goza de estatuto, apesar de estar na Liga Vitalis.

Estive no Leixões-Caniçal. Os madeirense foram os quase tomba-gigantes da Taça. Chegaram ao intervalo a ganhar 1-0, concederam o empate no segundo tempo, mas aguentaram-se das pernas até ao tempo regulamentar. No prolongamento, foram abaixo, ficaram sem «pilha», mas a equipa de José Bizarro (um campeão da geração de ouro) deixou um boa imagem no Estádio do Mar. Disse o mister do Caniçal que não gosta de jogar com trincos nem cadeados. Jogou pelo seguro num onze com uma grande organização táctica e que deu muito que fazer ao Leixões, apesar de a goleada (4-1) no tempo extra induzir uma ideia diferente.

Há qualquer coisa de bom a emergir dos escalões secundários. A Taça sempre foi generosa em surpresas, mas não é isso. Esta época já vi várias equipas da Liga Vitalis e algumas das II Divisões e julgo não andar longe da verdade se disser que se deu significativo salto qualitativo. Não há só vontade, espírito de sacrifício ou superação - existe acima de tudo qualidade. Qualidade de treino, qualidade táctica e técnica, aliada a transições muito bem feitas que denunciam a existência de uma escola de treinadores capaz de assegurar a renovação da classe no futuro. Falo de Bizarro, como podia falar de Rui Dias, do Varzim, Hélio Sousa, do Sp. Covilhã ou ainda Vítor Pereira, do Santa Clara.

1 comentário:

Miguel Nunes disse...

Inteiramente de acordo! Parece-me que cada vez mais, os treinadores procuram compreender os factores de rendimento e que cada vez menos, temos aquele tipo de treinadores que dá a bola, organiza a peladinha e depois diz "joguem em 433, tu és defesa dto, tu esq, etc..." e tá feito!