segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Há Dias assim...



Acho que ninguém se esqueceu da figura que Laurentino Dias fez no programa «Prós e Contras» quando o major Valentim Loureiro o forçou a meter a viola no saco, depois de uma retórica vazia (mas pejada de indirectas) sobre o processo Apito Dourado. Quando o assunto tem alcance mediático, lá está o secretário de Estado do Desporto a emitir opinões, a dar pareceres, a sugerir mudanças de fundo, enfim, a criar a ilusão de que realmente o poder político está atento e pronto a intervir.

Ouvir Laurentino Dias dizer que daqui a 10 anos - uma década - Portugal não terá de gastar quase nada na organização, com a Espanha, do Campeonato do Mundo, porque os estádios já estão feitos, é passar um atestado de estupidez a quem o ouve. Dentro de 10 anos, as exigências organizativas de uma prova desta natureza serão muito maiores e - não tenhamos ilusões - da forma como a tecnologia evolui no capítulo da engenharia e da arquitectura, em 2018 alguns do estádios portugueses construídos para o Euro-2004 estarão em muitos domínios obsoletos - logo carenciados de obras e investimentos.

E já não falo de outras infraestruturas, como mais estradas, melhores centros de treinos, mais relvados (que terão de ter qualidade cinco estrelas), mais e melhores hotéis, etc, etc, etc.

Não estou contra o Mundial-2018 co-organizado por Portugal e Espanha. Pelo contrário, a ideia é aliciante. Mas antes de fazer contas por alto e agir por impulsos eleitoralistas, é bom lembrar que o Euro-2004, para além das muitas coisas boas que deu ao País, também deixou como herança um Estádio no Algarve que não serve para nada, dois, em Leiria e Aveiro, que recebem menos gente que em jogos dos Distritais da AF Porto, além de ter arruinado as finanças de alguns clubes e autarquias.

3 comentários:

dragao vila pouca disse...

Concordo que em 2018 as exigências já serão outras, mas, os encargos não seriam muito elevados, não seriam incorportáveis.
Dragão, Luz e Alvalade, com pequenas alerações podiam preencher os requesitos. O problema é o Estádio do Algarve, que por causa do turismo, ainda resolviam investir mais naquele elefante branco.
Penso que uma análise calma, ponderada, sem eleitoralismos demagógicos, merece ser feita, para ver se vale a pena.
Ah, eu acho que a Fifa vai entregar o Mundial 2018 à Inglaterra.

O meu blog passou para os adeptos...está bem, até porque sentia-me muito mal acompanhado junto ao blog da bola.

Um abraço

Unknown disse...

Tanto quanto sei e me recordo dos últimos mundiais, todos os estádios tinham lotações mínimas de 40.000 pessoas ou muito próximo disso. Em Portugal apenas existem 3 estádios nestas condições, dois dos quais na mesma cidade. Para além de estarem obsoletos em 2018, será que agora vamos ter de financiar a ampliação de estádios que durante o ano estão às moscas? Ou será que seremos apenas um anexo do mundial de Espanha com um grupíto só ??? GANHEM JUÍZO e façam a vontade aos espanhóis que só nos vão aturar porque as candidaturas conjuntas devem estar na moda (ou então por causa da crise...).

Pascoal Sousa disse...

Dragão Vila Pouca: o teu blogue é será sempre uma referência incontornável no meu espaço, simplesmente senti necessidade de colocar os sites por temas, porque já se estava a tornar algo confuso segui-los a todos. Por outro lado, os adeptos são uma parte importante do espectáculo e têm uma forma diferenciada e bem mais apaixonada de atacar os temas, e quis por isso em evidência. Abraço.

PS: Acredito que o Dragão, em 201, não esteja muito desactualizado mas precisará seguramente de obras para estar ao nível do recinto que é hoje