quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bem-vinda, vitória moral



Pronto: já estou inquieto com o regresso das vitórias morais à Selecção Nacional. Perdemos, mas só no resultado. No resto, goleámos: na exibição, nas oportunidades criadas, na posse de bola, nos passes certos, na atitude e no crer. Os loiritos, esses, agradecem à Virgem Santíssima aqueles preciosos sete minutos finais em que converteram em golos as oportunidades para matar o romantismo dos lusos. Injustiça? Porquê? O sucesso no futebol não se traduz apenas na quantidade de ocasiões - mesmo que flagrantes - criadas na área adversária.

Eficácia. Clareza de ideias em situações de pressão. Frieza. Talento na finalização. Argúcia. Matreirice. Foram estes os ingredientes do sucesso dinamarquês num jogo em que Portugal fechou para balanço logo a seguir ao penalty convertido por Deco. Perante a lassidão do meio-campo lusitano e o completo desatino da defesa, guarda-redes Quim incluído, os dinamarqueses arrumaram com a questão em duas penadas.

Perdemos, mas ganhámos. E, como sempre, não soubemos perder.

PS: Apesar do que aconteceu, a Selecção Nacional tem de continuar a ser fortemente apoiada. Não se pode cair naquela espiral de críticas destrutivas que tão mal fez ao nosso futebol de selecção no passado. No entanto, temos de ter a plena noção de que um jogo tem 90 minutos e não 83. O adversário de Portugal foi massacrado mas acreditou até ao fim. É isso que faz falta.

2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Em parte de acordo.
Não podemos voltar às vitórias morais e não podemos começar no bota abaixo característico.
Agora devemos dizer, porque é verdade, que o resultado foi injusto e dizer também, porque é verdade que o selecionador errou na parte final do jogo. Vejamos: com o 2-1 a 4 minutos do fim o que iria fazer a Dinamarca? É óbvio e nem é preciso ser um grande especialista, para ver que os nórdicos iriam privilegiar o futebol directo, tentar tirar partido do seu poderio físico e da sua altura.Tendo no banco um jogador que é dos melhores do Mundo no jogo aéreo - B.Alves - porque meteu Queirós o minorca do Moutinho?
Agora o selecionador foi vítima de erros individuais dos jogadores.
Falhar golos de baliza aberta e sofrer golos de regional - quando eu jogava futebol, no Amador, se virasse as costas à bola...mais me valia fugir que vinha raspanete do grosso... - não se admite numa equipa que tem grandes jogadores.
Alguém e para concluir, que diga ao Pepe para ter calma: ele não é a defesa de Portugal.
Um abraço

Ricky_cord disse...

Eu não gostava de Scolari mas com ele não tínhamos perdido este jogo. Não tínhamos jogado tão bem, mas os três pontos eram nossos. Há que levantar a cabeça.