sábado, 23 de agosto de 2008

Pago há tótil



Esta é mais recente: num belo dia recebo um telefonema de um líder sindical da Polícia enfurecido com os atrasos dos clubes profissionais no pagamento da segurança dos jogos. Um caso chamou a minha atenção: um clube que dizia ser um exemplo de rigor e equilíbrio financeiros, e que habitualmente não luta mais do que por um lugar na Europa, estava há oito jogos a assobiar para o ar.

Confesso que o tema não me suscitava interesse por aí além, mas peguei no caso mais grave, telefonei ao responsável pelo pelouro do dito clube e pedi esclarecimentos. A resposta, no meio de uma festa em que tocavam Quim Barreiros nas alturas: «Que disparate! Ao tempo que já pagámos. Há tótil

Esperei (por vezes é a melhor estratégia). Dez minutos depois, recebo novo telefonema do líder sindical, eufórico e incrédulo: «Não vai acreditar! Ligaram-me do comando e disseram-me que o tal clube de que lhe falei liquidou a dívida. Nunca tal aconteceu!» Inquiri: «Mas é assim tão rápido?».

Soube então que o pagamento destes serviços pode ser feito através de transferência bancária, para uma conta específica, e que o depósito do valor é imediatamente confirmado lá pelos tipos que gerem as contas das Polícias. Dez minutos são 600 segundos. Realmente o dirigente não me mentiu: a dívida estava paga há tótil. Ainda dizem que não há gente séria no futebol...

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