quarta-feira, 30 de julho de 2008

Jornalistas ou jornaleiros?


Para se perceber até onde chegou a pouca vergonha de alguns (ir)responsáveis que se intitulam jornalistas, e que ainda por cima têm cargos de chefia ou editoria em órgãos de comunicação social, basta ler os primeiros dois parágrafos de um comunicado do Sindicato de Jornalistas divulgado ontem. Esteve bem o SJ, mas se a situação se mantiver será aconselhável, no futuro, ir mais longe, divulgando os nomes e as respectivas instituições onde desempenham funções. Não se deve confundir a parte com o todo: há órgãos de comunicação social que respeitam o estatuto do trabalhador (falo por mim) e criam condições para o desenvolvimento de uma carreira sólida, num clima de cordialidade laboral.

Aqui fica a parte inicial do comunicado:


A Direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) exortou hoje os jornalistas com funções de chefia e de direcção a abster-se de criar dificuldades a acções inspectivas da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) nas redacções e a resistir a instruções designadamente para que mandem profissionais em situação precária abandonar as instalações.
Em apelo distribuído hoje, 30 de Julho, a Direcção do SJ sublinha que os jornalistas com tais funções também devem solidariedade aos seus camaradas em situação precária e que certos comportamentos "permitem perpetuar nas empresas situações de ilegalidade e de concorrência desleal que os jornalistas deveriam ser os primeiros a enunciar".

2 comentários:

Anónimo disse...

Vamos fazer um jogo e imaginar que tenho um jornal. No meu jornal - não um em que tenha acções ou quota, mas ao qual esteja ligada há tempo suficiente para me sentir parte dele e senti-lo parte de mim -, numa recente visita da Inspecção do Trabalho, os jornalistas precários receberam instruções para se ausentarem da Redacção. No dia seguinte, o director fez saber às chefias que, se houvesse algum problema com qualquer dos precários que aqui trabalham, iam todos embora. É tão fácil ameaçar, não é? Fácil como explorar jovens jornalistas, precários ou não. Não sei se tão fácil como dormir descansado ou apagar a memória, mas, essa parte, nem quero imaginar.

Pascoal Sousa disse...

É grave. Muito grave. Mas sou daqueles que acreditam que o que tu fazes, de bem ou mal, ser-te-á devolvido a dobrar ainda em vida. Portanto, nesse jornal o editor ou «supremo senhor» que ameaça despedir toda a gente vai acabar mal. Mais tarde ou (espero) mais cedo