segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ramalde, num domingo à tarde

Estava eu a meditar sobre o Nuremberga-Benfica quando, repentinamente, sou assaltado pelo facto do dia: «Caramba (em versão hard), hoje há um Ramaldense-Sporting Clube da Cruz!» Não foi bem assim, mas façam de conta. Na verdade fui arrastado uns bons 15o metros para o campo do Ramaldense e não dei o tempo por perdido. Não se paga bilhete, insulta-se o árbitro à vontade e - a cereja no topo do bolo - vê-se porrada à fartazana. O Cruz acabou o jogo com oito jogadores, por conta de uma grande penalidade a favor do Ramaldense que incendiou os ânimos - a falta na área existiu, mas isso é um detalhe. A turma de Ramalde venceu 2-1, e, muito justamente, um espectador fazia notar que «aquela entrada com o pé em risco» de um jogador do Cruz só podia dar vermelho.
Duas semanas antes, testemunhas oculares que na verdade são colegas ociosos, relataram-me que o árbitro do jogo caiu na armadilha de apitar as faltas desde muito longe. «Foi visão de óptica», gritou-se desde a bancada central-que-não-existe, o que, bem vistas as coisas, faz sentido. Afinal, a ilusão tanto habita num Ramaldense-Cruz como num Benfica-Sp. Braga ou V. Setúbal-Sporting. O contexto muda, as personagens também, mas a história tem um final parecido: É tudo visão de óptica.

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